Palestinos retornam ao norte de Gaza após acordo entre Israel e Hamas

Dezenas de milhares de palestinos estão voltando para suas casas no norte da Faixa de Gaza, devastado por bombardeios israelenses. O retorno foi permitido após um acordo entre Israel e o Hamas relacionado à libertação de reféns israelenses. Entretanto, grande parte das construções está destruída, e os deslocados enfrentam um cenário de guerra.

Palestinos retornam ao norte de Gaza após acordo entre Israel e Hamas

Na manhã desta segunda-feira, 27, grandes grupos de palestinos foram vistos retornando ao norte da Faixa de Gaza, deslocados durante o conflito entre Israel e o Hamas. O retorno acontece após um acordo entre as partes, que incluiu a liberação de reféns israelenses e a reabertura de estradas na região.

Imagens mostram milhares de palestinos caminhando em um corredor humano gigante pelo "corredor Netzarim", uma estrada aberta pelas forças israelenses durante os confrontos. Outra rota, a estrada Salah al-Din, também foi liberada, mas veículos que trafegam por ela estão sujeitos a inspeções feitas por uma empresa independente.

Apesar da permissão de retorno, muitos encontrarão suas casas reduzidas a escombros. Segundo a ONU, dois terços das construções em Gaza foram destruídas ou gravemente danificadas durante o conflito. Dos 2,1 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, cerca de 90% foram forçados a deixar suas residências.

A liberação do norte estava inicialmente prevista para o último domingo, conforme os termos do cessar-fogo. No entanto, Israel bloqueou temporariamente o acesso alegando que o Hamas descumpriu o acordo ao não libertar a refém civil Arbel Yehud no prazo estipulado.

Acordo e liberação de reféns

O governo israelense priorizou a libertação de Yehud, destacando sua condição de civil, acima dos quatro militares soltos no sábado. O Hamas, por sua vez, negou que a prioridade estivesse no acordo e, para resolver o impasse, ofereceu libertar três reféns na quinta-feira: Arbel Yehud, Adam Berger (último militar sob custódia) e um terceiro indivíduo não identificado.

O grupo também forneceu um censo sobre os reféns, informando que, dos 33 sequestrados, 25 estão vivos. O cessar-fogo temporário previa uma rota de retorno ao norte uma semana após o início da trégua, possibilitando o deslocamento controlado de civis.