HTS conquista Damasco, Bashar al-Assad foge e ditadura de 24 anos chega ao fim
Após 24 anos de regime, Bashar al-Assad fugiu da Síria após a conquista de Damasco por forças lideradas pelo grupo Hayet Tahrir al-Sham (HTS), antigo braço da Al-Qaeda. O colapso do regime ocorre após 13 anos de guerra civil iniciada pela Primavera Árabe. Apesar da queda de Assad, o futuro da Síria permanece incerto, com desafios econômicos e conflitos territoriais ainda em curso.
O regime de Bashar al-Assad, que governou a Síria por 24 anos, chegou ao fim com a conquista de Damasco pelas forças lideradas pelo Hayet Tahrir al-Sham (HTS), antigo braço da Al-Qaeda. Assad fugiu para território sírio ainda controlado por apoiadores, marcando um ponto decisivo na história do país.
A queda de Assad encerra um período de 13 anos de guerra civil desencadeada pela Primavera Árabe, movimento iniciado em 2011 que levou à derrubada de governos em vários países do Oriente Médio. O conflito sírio, contudo, tornou-se um dos mais complexos e sangrentos da região, envolvendo múltiplas facções, grupos terroristas como o Estado Islâmico (IE), e potências estrangeiras como Rússia, Irã, Estados Unidos e Israel.
O legado do regime Assad
Durante seu governo, Assad enfrentou uma oposição fragmentada e recorreu a medidas extremas, como o uso de armas químicas contra civis, o que gerou condenação internacional. Seu regime foi amplamente apoiado pela Rússia e pelo Irã, enquanto forças rebeldes recebiam apoio de potências ocidentais.
A guerra devastou a economia síria, reduzindo seu PIB de US$ 67 bilhões para US$ 9 bilhões, e causou uma crise humanitária sem precedentes. Mais de 6 milhões de refugiados sírios foram forçados a deixar o país, enquanto outros milhões permanecem deslocados internamente.
Intervenções externas e desafios futuros
O colapso do regime Assad não significa o fim dos conflitos na Síria. A luta pelos territórios do norte, onde curdos reivindicam autonomia, continua sendo uma questão delicada. Além disso, Israel intensificou ataques ao norte da Síria após a queda de Damasco, levantando suspeitas sobre sua intenção de ampliar influência na região.
Embora o HTS tenha emergido como a força dominante, seu histórico como braço da Al-Qaeda e seu modelo repressivo levantam dúvidas sobre o futuro da Síria sob seu controle.
A Primavera Árabe e o significado histórico
A queda de Assad é vista como um marco do maior movimento popular da história recente, a Primavera Árabe. O movimento começou na Tunísia com a morte de um vendedor de frutas em 2011, resultando na derrubada de quatro presidentes e transformações significativas em várias nações árabes. Apesar de seus desdobramentos trágicos, a Primavera Árabe permanece como símbolo da luta por liberdade e autodeterminação.
O futuro da Síria, entretanto, é incerto. A reconstrução econômica, a repatriação de refugiados e a pacificação interna serão desafios monumentais para qualquer governo que suceda o regime de Assad.





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