Dólar Ultrapassa R$ 5,50 com Tensão no Oriente Médio e Inflação Global em Risco

Dólar Ultrapassa R$ 5,50 com Tensão no Oriente Médio e Inflação Global em Risco

O dólar comercial iniciou a quinta-feira (3) em forte alta, superando o patamar dos R$ 5,50, à medida que investidores globais demonstram maior aversão ao risco diante da escalada do conflito entre Israel e Irã. Desde a última terça-feira (1º), quando o Irã lançou centenas de mísseis contra o território israelense, o mercado tem acompanhado com apreensão a expectativa de um possível contra-ataque israelense, o que poderia intensificar ainda mais as incertezas geopolíticas.

A alta do dólar é reflexo direto das preocupações com a economia global. Um dos fatores que está pressionando os mercados financeiros é a crescente valorização do preço do petróleo, que disparou cerca de 6% desde sexta-feira (27). Com a commodity registrando um aumento contínuo, os temores sobre o impacto inflacionário global ganham força, especialmente pelo fato de que o petróleo é a principal fonte de energia para a maioria dos países.

Essa pressão sobre a inflação global pode afetar diretamente os bancos centrais ao redor do mundo, que vinham reduzindo suas taxas de juros diante de uma expectativa de controle da inflação. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) havia cortado os juros em 0,50 ponto percentual em setembro, reduzindo a taxa para a faixa entre 4,75% e 5,00% ao ano. No entanto, com o aumento dos preços de combustíveis, as projeções para os próximos cortes podem ser revisadas, o que alimenta a cautela dos investidores.

Ibovespa em queda e cenário interno no Brasil No Brasil, a Bolsa de Valores (B3), por meio do seu principal índice, o Ibovespa, opera em queda nesta quinta-feira, refletindo o impacto das tensões internacionais e a alta do dólar. Além disso, os novos dados fiscais divulgados pelo Tesouro Nacional mostram um rombo de R$ 100 bilhões nas contas públicas entre janeiro e agosto de 2024. Esse resultado negativo afeta a percepção dos investidores sobre a saúde fiscal do país, adicionando mais pressão ao mercado interno.

A alta do dólar, associada ao aumento do preço do petróleo, também pode ter repercussões diretas no Brasil, com o encarecimento de produtos importados e combustíveis, pressionando ainda mais a inflação interna.

O cenário exige atenção do mercado financeiro global, enquanto a expectativa sobre o desenrolar dos conflitos no Oriente Médio e a resposta dos governos centrais para conter a inflação continua a preocupar investidores e autoridades econômicas.