Jovens Eleitores dos EUA Colocam Economia no Centro das Eleições Presidenciais

Com as eleições presidenciais se aproximando, o grupo de eleitores jovens nos Estados Unidos se tornou um alvo crucial tanto para republicanos quanto para democratas. Entre as principais preocupações desses eleitores, que votarão em um cenário de alta inflação e custos crescentes de moradia, está a economia.

Isabella Morris, uma jovem de 21 anos do Texas, está entre os oito milhões de novos eleitores que participarão da eleição presidencial pela primeira vez. Recém-casada, com um filho pequeno e trabalhando em meio período para complementar a renda familiar, ela expressa as dificuldades econômicas enfrentadas. Apesar de contar com duas fontes de renda, sua família vive sem margem para imprevistos. "Nossas contas estão pagas, mas não temos poupança", diz Morris, refletindo o sentimento de muitos jovens que enfrentam uma economia instável.

Embora questões como direitos reprodutivos e o porte de armas dominem os debates, a economia é a principal preocupação dos jovens eleitores. Segundo o GenForward, uma pesquisa da Universidade de Chicago, crescimento econômico, desigualdade de renda e pobreza são os temas mais importantes para os eleitores com idades entre 18 e 26 anos. Na última eleição presidencial, a pandemia de covid-19 e o racismo foram as principais motivações para o comparecimento dos jovens às urnas.

O aumento do custo de vida, com aluguéis altos e casas inacessíveis, aliado a uma lenta criação de empregos, são fatores que colocam a economia no topo das prioridades desta geração. Influenciadora econômica no TikTok, Kyla Scanlon, de 27 anos, ressalta que os jovens enfrentam situações mais difíceis do que as gerações anteriores. “Não existe mais 'modo iniciante'. O primeiro degrau da escada parece ter desaparecido", diz Scanlon.

Apesar do esforço dos candidatos para engajar os jovens, a proporção de participação desse grupo ainda fica atrás das faixas etárias mais velhas. Nas eleições de 2020, 74% dos eleitores com mais de 65 anos compareceram às urnas, contra cerca de 50% dos jovens, segundo dados do Escritório do Censo dos EUA.

Tanto Donald Trump quanto Kamala Harris têm intensificado seus esforços para conquistar esses eleitores. Harris, em especial, tem focado em propostas de perdão de dívidas estudantis e subsídios para a compra da primeira casa, além de se aproximar dos jovens através de campanhas digitais e visitas a faculdades em Estados decisivos.