Comurg contrata escritório por R$ 1,4 milhão sem licitação e levanta questionamentos sobre legalidade do processo
A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) firmou um contrato de R$ 1,44 milhão com o escritório Tadeu Abreu & Marllus Vale Advogados, sem processo licitatório. O contrato prevê o pagamento mensal de R$ 120 mil por 12 meses para o acompanhamento de até 400 processos jurídicos mensais. A justificativa utilizada foi inexigibilidade de licitação, mas o contrato não detalha critérios de notória especialização, o que pode configurar irregularidade. A CBN Goiânia aguarda resposta oficial da Comurg e do escritório contratado.

A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) assinou um contrato no valor de R$ 1.440.000,00 com o escritório Tadeu Abreu & Marllus Vale Advogados, com vigência inicial de 12 meses e sem realização de licitação. O contrato, firmado em 25 de março de 2025, estipula um pagamento mensal de R$ 120 mil, com o compromisso de atender até 400 processos por mês nas áreas trabalhista, cível e administrativa.
A contratação foi realizada sob a justificativa de inexigibilidade de licitação, uma modalidade que só é permitida em casos de inviabilidade de competição e quando há notória especialização comprovada por parte do prestador de serviço. No entanto, o contrato ao qual a reportagem teve acesso não apresenta justificativas detalhadas que comprovem a expertise ou a singularidade do escritório escolhido.
O documento foi assinado pelo presidente da Comurg, Coronel Cleber Santos, e pelo diretor administrativo-financeiro, André Henrique Avelar de Sousa. O contrato prevê, entre outras obrigações, a dedicação integral de um advogado nas dependências da Comurg, voltado a casos de alta complexidade e relevância, como ações coletivas, negociações sindicais, Termos de Ajustamento de Condutas (TACs) e autos de infração.
A reportagem da CBN Goiânia tentou contato com o escritório Tadeu Abreu & Marllus Vale Advogados, mas foi informada de que o responsável estava em audiência. Até o fechamento desta edição, não houve retorno por parte do escritório nem da Comurg, que também foi procurada para prestar esclarecimentos sobre os critérios utilizados na escolha da banca jurídica.
A ausência de transparência nos critérios técnicos e a natureza direta da contratação geram questionamentos jurídicos e administrativos, especialmente em uma estatal que lida com recursos públicos. Caso a inexigibilidade de licitação não seja adequadamente justificada, o contrato pode ser alvo de auditorias e investigações por órgãos de controle, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas dos Municípios.
Comentários (0)
Comentários do Facebook