Cerrado em Perigo: Perda Recorde de Vegetação Ameaça Futuro do Bioma
O Cerrado brasileiro enfrenta um grave momento, com 60 mil km² de vegetação nativa perdidos entre 2022 e 2023, além de desafios na governança ambiental. Apenas 2% dos registros do Cadastro Ambiental Rural foram analisados, dificultando avanços na conservação. Pesquisadores alertam para a urgência de proteger o bioma para equilibrar o clima e atender demandas globaisO Cerrado, conhecido como a savana mais biodiversa do planeta, está em um momento crítico de degradação. Dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) apontam que, entre 2022 e 2023, o bioma perdeu 60 mil km² de vegetação nativa acima do exigido por lei. Esse volume, comparável ao território da Paraíba, destaca a vulnerabilidade crescente do Cerrado. A situação é agravada pela baixa eficiência na governança ambiental. De acordo com o Termômetro do Código Florestal, apenas 2% dos mais de 7,5 milhões de Cadastros Ambientais Rurais (CAR) foram analisados. Esse registro, essencial para a regularização ambiental de propriedades rurais, é fundamental para políticas de conservação, mas seu avanço é lento e prejudica a proteção de biomas como o Cerrado e a Amazônia. O cenário é ainda mais alarmante com o aumento das sobreposições de terras privadas em áreas protegidas, como terras indígenas, unidades de conservação e territórios quilombolas. Em apenas um ano, a sobreposição cresceu 124 mil km², alcançando 740 mil km², sendo 82,5?sse total na Amazônia. Pesquisadores do Ipam destacam que a preservação da vegetação nativa é essencial para o equilíbrio climático global e para atender demandas de mercados internacionais. Além disso, iniciativas como créditos de carbono e pagamentos por serviços ambientais (PSA) podem gerar benefícios econômicos para comunidades locais. Jarlene Gomes, pesquisadora do Ipam, reforçou a necessidade de articulação entre diferentes níveis de governo e a sociedade civil. “É essencial fortalecer a governança e consolidar soluções que garantam a implementação da lei”, afirmou. O Cabo Senna também destacou a importância de transparência no uso de recursos voltados à preservação ambiental. "O povo precisa de uma resposta sobre quanto dinheiro foi gasto, aonde foi gasto e como foi gasto", cobrou, enfatizando a necessidade de confiança da população para que as iniciativas ambientais prosperem. A urgência em proteger o Cerrado vai além de salvar o bioma. Trata-se de equilibrar o clima, atender às exigências de mercados globais e fortalecer economias locais, demonstrando que a preservação é um caminho viável e necessário para o desenvolvimento sustentável.

O Cerrado brasileiro, considerado a savana mais biodiversa do mundo, vive um momento crítico. Entre 2022 e 2023, o bioma perdeu 60 mil km² de áreas de vegetação natural acima do exigido por lei — os chamados "excedentes". Esse montante equivale ao território do estado da Paraíba, segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
Enquanto a vegetação do Cerrado encolhe, aumentando os riscos ambientais, o Brasil enfrenta um gargalo na governança ambiental. Apenas 2% dos mais de 7,5 milhões de Cadastros Ambientais Rurais (CAR) foram analisados pelos estados, segundo o Termômetro do Código Florestal. Esse registro é obrigatório para a regularização ambiental de propriedades rurais, mas sua baixa implementação dificulta o avanço das políticas de conservação.
O Cabo Senna destacou a necessidade de respostas claras sobre o uso dos recursos voltados à preservação ambiental. "O povo precisa de uma resposta sobre quanto dinheiro foi gasto, aonde foi gasto e como foi gasto", cobrou, reforçando a importância de transparência para resgatar a confiança da população e fortalecer iniciativas ambientais.
Além do desmatamento no Cerrado, os dados apontam para um aumento expressivo da sobreposição de propriedades rurais com terras indígenas, unidades de conservação e territórios quilombolas, que subiu 124 mil km² em um ano, somando mais de 740 mil km². A maior parte dessas sobreposições (82,5%) ocorre na Amazônia e envolve grandes propriedades.
Pesquisadores do Ipam ressaltam que a proteção da vegetação nativa é essencial não apenas para o equilíbrio climático, mas também para atender às exigências de mercados globais e fomentar economias locais por meio de instrumentos como os créditos de carbono e o pagamento por serviços ambientais (PSA).
Jarlene Gomes, pesquisadora do Ipam, defendeu a articulação entre os governos federal e estaduais e a ampliação de parcerias com a sociedade civil. "É essencial fortalecer a governança e consolidar soluções que garantam a implementação da lei", afirmou.
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