Médico vira réu por morte de paciente após cirurgia plástica

Médico vira réu por morte de paciente após cirurgia plástica

Um médico se tornou réu pela morte de uma idosa, de 62 anos, após uma cirurgia plástica, em Goiânia. A denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO) foi aceita nesta segunda-feira (2) pelo juiz André Reis Lacerda, da 10ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).
 

Segundo a decisão do juiz, Marisa Rodrigues da Cunha realizou uma cirurgia estética para redução de mama, abdominoplastia e lipoaspiração no dia 14 de abril deste ano. A idosa morreu dois dias depois em casa, no Bairro Jardim da Luz, por complicações do procedimento.

A decisão destaca ainda que, conforme denúncia do MPGO, a vítima realizou os exames pré-operatórios pedidos pelo médico, que constataram que ela era pré-diabética, hipertensa e usava de hormônio tiroidiano. Segundo o órgão, a idosa não tinha condições para fazer a cirurgia.

Um dia após a cirurgia, o médico deu alta para a vítima. Em casa, ela começou a vomitar com frequência e, ao questionar Maester, ele disse que era normal. A filha da idosa procurou o médico novamente que, dessa vez, pediu para ela parar de tomar todos os remédios.

Preocupada, a jovem pediu ajuda para o enfermeiro do médico, que conversou com Maester, mas, conforme a denúncia, em nenhum momento orientou que a vítima voltasse para o hospital. A filha da idosa chamou o socorro, mas Marisa não resistiu e morreu ainda em casa.

De acordo com o laudo de exame cadavérico, a idosa morreu por alterações relacionadas à cirurgia, que resultaram em um tromboembolismo pulmonar. O MPGO denunciou o médico alegando que ele deixou de prestar socorro e, com isso, agiu com imperícia e negligência.

A denúncia foi recebida e aceita pelo tribunal e o juiz deu um prazo de dez dias para o médico apresentar uma resposta à acusação. Com isso, Maester passa a ser acusado de matar a idosa, conforme o artigo 121, parágrafos 3 e 4 do Código Penal Brasileira (CPB).